A ciência por trás das desculpas que contamos a nós mesmos...

Você já parou para pensar nas desculpas que conta a si mesmo? Quando gastamos mais do que podemos, quando adiamos o que é importante, quando escondemos partes de quem somos — quase sempre surge uma justificativa pronta para aliviar a dor emocional na consciência. Esse mecanismo tem nome: dissonância cognitiva. Descrito por Leon Festinger nos anos 1950, ele explica por que sentimos desconforto quando nossas atitudes não combinam com nossos valores. E, mais ainda, por que inventamos histórias para continuar em contradição. Mas esse fenômeno não fica só no nível individual. Ele atravessa estruturas inteiras da sociedade: Justificativas que sustentam o machismo, como a ideia de que “homem deve ser provedor”, "homem tem força física, enquanto mulheres são emocionais". Narrativas que reforçam o racismo, travestidas de meritocracia. A violência da homofobia, que empurra tantas pessoas a esconderem sua identidade. Nessas tensões, nasce sofrimento psíquico: ansiedade, depressão, desorganização da identidade. E é aqui que a Psicologia entram em cena — ajudando a reconhecer as contradições e a escolher caminhos mais coerentes com quem realmente somos, respeitando principalmente a nossa identidade e verdade individual.

Referências

• Festinger, L. (1957). A Theory of Cognitive Dissonance. Stanford University Press.

• Tavris, C. & Aronson, E. (2007). Mistakes Were Made (But Not by Me). Harcourt.